Com requintes de crueldade, emoção do início ao fim (principalmente no fim), após empate por 1 a 1 no tempo normal, o Palmeiras de Vanderlei Luxemburgo venceu o Corinthians por 4 a 3 nos pênaltis e conquistou o título estadual pela 23ª vez em sua história, se isolando como o segundo maior vencedor, atrás do Alvinegro, que soma 30 títulos. De quebra, o Verdão se vingou de 2018, ano em que foi superado pelo rival em pleno Allianz Parque.
Com a conquista de sábado (8), o Palmeiras também evitou o tetra corintiano, mantendo uma escrita, já que o Alviverde gosta de impedir tetras na história do Paulistão. Foi assim com o Santos de Pelé, que foi tricampeão paulista entre 1960 e 1962 e viu o Verdão levantar o troféu em 63.
O Palmeiras passou à frente do Corinthians em número de vitórias em finais de torneios estaduais disputados entre as duas equipes: agora são quatro títulos para o Alviverde (Paulistas de 1936, 1974, 1993 e 2020) e três para o Alvinegro (que faturou em 1995, 1999 e 2018).
O emocionante empate nos 90
No tempo regulamentar, Luiz Adriano fez 1 a 0 de cabeça aos 3 minutos do segundo tempo, após belo cruzamento de Matias Viña, e quando o jogo caminhava para o fim, no ultimo lance, no ultimo suspiro, Gustavo Gómez fez pênalti em Jô, que cobrou e deixou tudo igual. Weverton por muito pouco não defendeu, acertando o canto e ainda tocando na bola.
Naquele momento muito se pensou sobre o estado psicológico do elenco palmeirense, que teria pela frente nova disputa de penalidades contra o maior rival, para quem perdeu em 2018 no próprio Allianz Parque, da mesma forma.
Foi aí que dois nomes se destacaram.
Brilhou a estrela do goleiro Weverton, que pegou a primeira cobrança, dp lateral Michel, e depois a terceira, de Cantillo.
Pelo Palmeiras, Bruno Henrique parou nas mãos de Cássio, mas os outros quatro batedores converteram: Raphael Veiga, Gustavo Scarpa, Lucas Lima e ele… Patrick de Paula.
Coube ao menino descoberto na Taça das Favelas, que veio para a base do Verdão, marcar o gol do 23º título palmeirense, com personalidade, no ângulo esquerdo de Cássio. Palmeiras campeão paulista após 12 anos…
Na personalidade de Patrick de Paula, no coração de Weverton e mesmo após a falha de Gustavo Gómez, que ao lado de Felipe Melo liderou não só o time jogando bem durante o jogo, mas fazendo valer o trecho do hino palmeirense: “defesa que ninguém passa”” O Palmeiras teve a melhor defesa do campeonato, sofrendo apenas sete gols.
Pelos números, o Palmeiras sacramentou o título de forma merecida. Teve também o melhor ataque, com 21 gols marcados (ao lado do São Paulo), e Willian Bigode como artilheiro da equipe, com seis gols.
O Palmeiras de Luxemburgo foi a campo e venceu a final diante do Corinthians com Weverton; Marcos Rocha, Gustavo Gómez, Felipe Melo e Viña; Patrick de Paula, Gabriel Menino e Ramires; Willian, Luiz Adriano e Zé Rafael. Ainda entraram Rony, Bruno Henrique, Lucas Lima, Gustavo Scarpa e Raphael Veiga. Já o Timão de Tiago Nunes jogou com Cássio; Fagner, Gil, Danilo Avelar e Carlos Augusto; Gabriel, Éderson e Ramiro; Luan, Mateus Vital e Jô. Entraram Cantillo, Michel, Sidcley, Everaldo e Araos.
Luxemburgo, o maior vencedor
Outro ponto a destacar no título palmeirense foi a participação e a estrela de um grande comandante: Vanderlei Luxemburgo!
Com a conquista, ele reforça a importância de seu nome na história da Sociedade Esportiva Palmeiras e do futebol paulista.
O treinador se isolou como o maior vencedor da história do Paulistão, com nove títulos, sendo cinco pelo Verdão: 1993, 1994, 1996, 2008 e 2020. Desta forma, Luxa superou Lula, técnico famoso por dirigir o Santos de Pelé, campeão oito vezes.
Além disso, Vanderlei Luxemburgo também tornou-se o técnico que mais venceu Paulistas apenas pelo Palmeiras, superando Oswaldo Brandão. No geral, pelo Verdão, Luxa soma ainda os Brasileiros de 1993 e 1994 e o Torneio Rio-São Paulo de 1993, sendo, desta forma, o treinador com mais títulos de expressão pelo clube.
Palmeiras, campeão paulista de 2020! Uma conquista merecida.
Foto: Cesar Greco