Por Lucas Neto

Amigos do É Hora de Esporte,

Sou fã de caderneta do “Bem, Amigos”, programa do SporTV comandado geralmente por Galvão Bueno, Cléber Machado e Milton Leite, e tendo um timaço de ex-jogadores, ex-treinadores e belas entrevistas. Na última segunda-feira (26), um verdadeiro show do técnico Eduardo Coudet.

O atual treinador do Internacional revelou um fato que me deixou extremamente emocionado, pois ele tem o DNA do futebol: Coudet é sobrinho de Filpo Núñez, um dos maiores técnicos que vi trabalhar, admirava e foi um baita amigo, amigo de verdade. Então, o DNA dele já diz muita coisa.

Ao analisar o futebol brasileiro, a pergunta parece ter sido encomendada por mim, porque há muitos anos defendo essa tese. Coudet disse que encontrou alguns problemas no Brasil que precisam ser corrigidos.

1). Pré-temporada de apenas 10 dias.

Isso é um absurdo e estou de pleno acordo com ele.

2). Os gramados, com raríssimas exceções, são ruins.

Alguns, aliás, são péssimos.

3). O calendário aqui deveria ser igual ao europeu.

Concordo plenamente. Vibrei com esse comentário do técnico argentino, pois desde a década de 80 discuto isso com os jogadores, inclusive, sempre conversei com Sócrates, que era um grande amigo, sobre o tema. O ideal seria:

Em julho, férias.

Em agosto, pré-temporada.

Em setembro, início das competições, com encerramento em junho do ano seguinte.

Cansei de discutir esse tema com jogadores. O argumento deles é sempre o seguinte: “Em dezembro, mês de férias, é o mês também das férias escolares e podemos viajar com a família, etc”.

Mas julho no Brasil também é um mês de férias escolares. Se você gosta de inverno, vai para o Sul. Se gosta de calor, vai para o Nordeste. Muitos, com o dim-dim que têm, seguem para o exterior e levam a família. Então, qualquer desculpa cai por terra!

É preciso uma solução por parte da FIFA: o calendário deve ser Mundial, com jogos oficializados pela FIFA no mundo inteiro e podermos, desta forma, solucionar os nossos problemas. Fora que precisamos fazer um estudo com relação aos campeonatos aqui no Brasil. São inúmeras competições!

Ao “Bem, Amigos”, Coudet também disse o seguinte: com jogos e competições que temos, o número de atletas nos elencos, entre 23 e 25, é baixo.  Nota 10 para Eduardo Coudet!

Eu consigo vislumbrar um trabalho maravilhoso do Coudet, que, inclusive, fala e grita o tempo todo, participa dos jogos de uma forma incrível. Tomara que nossos técnicos brasileiros vejam isso, também pegando como exemplo o técnico espanhol, Domènec Torrent, do Flamengo, que faz excelente trabalho. No último domingo, tivemos no Beira-Rio o melhor jogo da temporada - Internacional 2 x 2 Flamengo. De encher os olhos!

Foto: Ricardo Duarte/Internacional