Por José Carlos Gomes, o "Passarinho"
Amigos do É Hora de Esporte,
Entre os inúmeros clássicos da história entre Palmeiras e Santos, vou citar dois.
Inicio pela época de moleque, quando foi disputada a Taça São Paulo enquanto o selecionado brasileiro treinava para participar da Copa no México, em 1970. Desnecessário salientar que os cinco clubes considerados grandes do futebol bandeirante, inclusive a Portuguesa de Desportos, não contaram com jogadores importantes. E o Peixe, mesmo sem Carlos Alberto, Joel Camargo, Clodoaldo, Edu e Pelé conquistou a competição disputada em dois turnos.
Na partida da primeira fase, o Alvinegro de Antoninho havia levado vantagem diante do Verdão, que não contou com Leão e Baldochi, também a serviço do 'scratch' canarinho: 1 a 0, gol de Picolé. No returno, o empate bastava ao quadro praiano que perdia pela contagem mínima, gol de César. Aos 43 do segundo tempo, Manoel Maria aproveitou um rebote do goleiro Neuri para empatar e garantir o título, na primeira festa da Torcida Jovem, recém-criada. Detalhe: o clássico foi realizado no estádio Parque Antártica, a exemplo do turno inicial. Cabralzinho, revelado pelo Santos, defendia o Alviverde e Wilmar Serra apitou na noite de 24 de abril daquele ano histórico de 1970, uma vez que nossa Seleção conquistaria o terceiro título mundial em gramados mexicanos.
Bem, não poderia deixar passar em branco aquele jogo do gol de José de Assis Aragão, não é mesmo? Rubens Minelli, treinador do Palmeiras de 1970 comandava o time esmeraldino e Chico Formiga dirigia o Santos, então vice-campeão brasileiro. Em 09 de outubro de 1983, no Morumbi, os santistas venciam por 2 a 1, gols de Paulo Isidoro e Lino, tendo Capitão marcado para a esquadra periquita. E aos 46 do segundo tempo, na pressão dos comandados de Minelli, Jorginho arriscou chute da entrada da área e a bola iria para fora. Porém, Aragão não estava bem posicionado e o balão desviou no árbitro: gol do Palmeiras, 2 a 2. Pois é, aconteceu no compromisso válido pelo Paulistão. O moleque já crescidinho virou repórter e conferiu de perto uma das páginas mais inusitadas do mundo da bola. Por sinal, o "árbitro-artilheiro" chegou a cogitar aposentadoria, em função da 'façanha', mas seguiu no apito mesmo depois da lambança.
Grandes histórias de Palmeiras e Santos, que se preparam para a grande final da Conmebol Libertadores 2020.
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