Coudet se mandou e Dome foi para o espaço

Por Redação do É hora de esporte

10/11/2020 02h14 (Atualizado há 4 anos) Coudet se mandou e Dome foi para o espaço

Após a última rodada do 1º turno do Brasileirão, o argentino Eduardo Coudet pediu demissão e se mandou do Internacional de Porto Alegre.

No Flamengo, tragédia anunciada e o catalão Domènec Torrent foi mandado embora.

No Inter, de imediato Abel Braga foi contratado. Tem tudo para dar certo. No “Mengão”, uma excelente notícia: a contratação de Rogério Ceni. Jogadores vibraram com a contratação do “Mito”, porque eles não entendiam os conceitos e as pretensões do catalão Dome como treinador.  Nos últimos 10 anos ele foi o auxiliar técnico principal do Guardiola, que até referendou o “up grade” do seu auxiliar dizendo que “ele está pronto para a função”. Na realidade, uma decepção. Mas era um boa praça.

Agora, esperança total no Rogério Ceni, que de domingo para 2ª feira acertou a saída do Fortaleza e a contratação pelo Flamengo até o final de 2021. Sem dúvida, ótima notícia. Já está entre os “top ten” da carreira de treinador de futebol. Aposto as minhas fichas no Ceni. Terá sucesso e, sem exageros, um dia será treinador da Seleção Brasileira. Podem crer.

Voltando ao argentino Eduardo Coudet e a saída do Internacional, pelo noticiário da Imprensa gaúcha a sua situação com o clube era de total descontentamento. Clube, como a quase totalidade dos clubes brasileiros, em situação financeira caótica; endividados e sem as rendas dos jogos, cotas de patrocinadores, etc... Caos total. Reforços, quase todos vindos da base, e poucas contratações em razão das limitações financeiras.

Num dos últimos programas “Bem, Amigos!”, do SPORTV, do grupo Globo, Coudet deu um show. Enfatizou algumas verdades que aqui muitos se negam a reconhecer:

1 – Pré-temporada de 10 dias.

2 – Gramados ruins, péssimos e poucos razoáveis ou bons.

3 – Calendário com várias competições e diferente do Europeu.

Lembro que há anos enfatizo esses problemas.

A pré-temporada em 10 dias é criminosa e inaceitável. As contusões musculares que acontecem nos atletas nas primeiras rodadas são as mais variadas e inúmeras muito sérias. Sabemos disso, mas nada se faz para evitá-las.

Nossos gramados, com raras exceções, são péssimos. Poucos se salvam e, entre eles, os sintéticos e/ou mistos.

Não podemos mais fugir de outra realidade: EXCESSO DE COMPETIÇÕES.

Defendo, faz anos, a tese de que o nosso calendário deve ser igual ao da Europa, que é o da FIFA, a entidade maior que não assume a responsabilidade de o impor em todo o globo terrestre: mês de julho férias; mês de agosto pré-temporada; início das competições em setembro com final da temporada em junho do ano seguinte.

Coudet foi cirúrgico. Colocou o dedo nessas feridas. Não viu perspectivas de melhoras, então, pegou seu boné se mandou.

Com a palavra - para reencontrarmos os nossos caminhos – os senhores dirigentes. A eles cabem as reformulações do nosso futebol. Da base ao futebol profissional precisamos de novos projetos, conceitos e seriedade. Que deixem as suas vaidades e paixões de lado (até “outros interesses”).

E, por último, que os nossos treinadores se reciclem, se atualizem, Basta  de futebol PEBOLIM: bola de um lado para outro e chutão pra frente. Chega de garantir 1 a 0 ou contentar-se com empate.

Um abraço,

Lucas Neto

Foto: Alexandre Vidal/Flamengo